História da Origem da Família
                
                
                 O nome primitivo do padre Joaquim Ferreira Lima Verde era apenas Joaquim Ferreira Lima. 
         Reza a tradição que ele passou a assinar "Lima Verde" desde os tempos de colégio ou do 
         seminário, por haver ali um seu primo portador de igual nome. Para distingui-los, alguém 
         teve a idéia de chamar um de "Lima Verde" e o outro, por ser mais magro, de "Lima Seca".
         O nome primitivo do padre Joaquim Ferreira Lima Verde era apenas Joaquim Ferreira Lima. 
         Reza a tradição que ele passou a assinar "Lima Verde" desde os tempos de colégio ou do 
         seminário, por haver ali um seu primo portador de igual nome. Para distingui-los, alguém 
         teve a idéia de chamar um de "Lima Verde" e o outro, por ser mais magro, de "Lima Seca".
         
         Teve o padre, ao todo, nove filhos, sendo o primeiro de sua união com Cosma Maria, 
         natural da Bahia, e os outros oito de Vicência Maria de Lima, Natural do Crato-CE. 
         
         Seus filhos foram, sem exceção, homens de bem, alguns portadores de relativa 
         cultura; deixaram sazonados frutos em sua passagem pela terra, servindo a Deus, 
         à Pátria e à Sociedade. E seus descendentes vêm seguindo o exemplo dos ancestrais, 
         à exceção, obviamente, de vasqueiros carneiros-pretos, que repontam, aqui e alhures, 
         entre os galhos da frondosa árvore, com suas cabeçadas pouco salutares ou 
         acalentadoras. Mas isto é comum e encontradiço em toda família.
         
         A história e a tradição nada trouxeram que pudesse denegrir sua memória. Entretanto, 
         suas atividades, menos de pastor de almas do que de abastado fazendeiro, político 
         militante e pai de família, induzem-me à conclusão de que, embora deslembrado dos 
         compromissos e imposições de ordem religiosa e legal, se esforçou em dar sentido 
         mais prático e deleitável à sua missão neste mundo, prestando ponderável contribuição 
         no povoamento mais rápido e eficiente daquele recuado rincão sul-cearense. Aliava, 
         portanto, a seu modo, o útil ao agradável, embora não lhe fosse permitido conciliar 
         as duas coisas, dentro dos rígidos e seculares ditames da lei e da igreja. Militam, 
         entretanto, a seu favor, o exemplo de alguns colegas e à circunstância de ser 
         frequente, àquela época, nas regiões mais afastadas do mundo civilizado, o padre 
         constituir família, a ponto de afirmar-se que dois terços do clero do Ceará, na 
         primeira metade do século passado, rumava nesta rota, por mares pouco bonançosos 
         no campo espiritual, não cuidando, intrinsecamente, das atividades de zeladores de 
         almas e sobretudo descuidando-se do bom exemplo na área dessas mesmas atividades. 
         Se a coisa era tentadora e os exemplos proliferavam à saciedade, que se poderia 
         esperar de um jovem e frágil mortal, longe das visitas dos superiores hierárquicos ? 
         
         O padre Joaquim Ferreira Lima Verde nasceu no lugar Madeira Cortada, distrito de Bom 
         Jesus de Quixelô (hoje apenas Quixelô) e freguesia de São Mateus (hoje Jucás), no Ceará,
         entre os anos de 1792 e 1793. Era filho legítimo de Manoel Ferreira Lima e Isabel Maria 
         da Franca, cratense, vulgarmente conhecida por "Iaiá Zabel". Descende dos Ferreira Lima 
         e Ferreira de Barros, de Barcelos (Portugal).
            
                    (Extraído do livro "A Família Lima Verde", Tomé Cabral © 1976)